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O ATEEZ né minha gente, Parte 1
Esse post ficou perdido aqui nos rascunhos do beehiiv por dois meses, porque no meio do meu planejamento mental pra esse momento, ATEEZ anunciou o comeback do Spin Off, então tal qual o post sobre Red Velvet que tá guardado faz mais de um mês também, eu decidi esperar.
O resultado é, obviamente, ainda mais surto emocionado. É ATEEZ gente, e esse ano nada me impediu de aproveitar os comebacks deles. O aviso é esse. Tive até que dividir o post em dois.
Boa sorte. Se alguém fez a sábia decisão de fechar o post por aqui, antes de ir lê isso aqui: STAN TALENT, STAN ATEEZ.
mingi me representando tentando entender a lore do atz
Don't Stop
Inicialmente, só Guerrilla ficaria nessa primeira parte e todos os outros lançamentos + Halazia iriam para o próximo post. Porém, preferi deixar Don't Stop por aqui e seguir só neste momento a linha cronológica de lançamento do grupo. Como eles lançam coisa, vou enfiar eles numas férias de dois meses.
Enfim, os teezers estão de refém lá no catálogo do Universe, que agora foi de base e comprado pelo Bubble. O maior diferencial do Universe (a única coisa que funcionava, rs) era que os artistas da plataforma criavam músicas originais. Foram muitos bops presos dentro desse aplicativo, que agora ninguém mais sabe se estão a salvo ou se vão dar continuidade nesse projeto. Recomendo baixar os MVs que já saíram, cof cof. Vai que né.
Falando de verdade de Don't Stop agora, se eu não gostasse de música de micro-ondas feita por piratas com auto-tune, eu não seria fã de Pirate King. Então, obviamente, eu adoro essa farofada que o ATEEZ mandou. Ela é, sei lá, filha ou prima de Pirate King com Fireworks. Noise e farofa, com aquele sintetizador distorcido e o ay-ayayay de THANXX (um auto sample desse, né? Resignificando o trauma).
Não ironicamente acho uma música ótima para se cometer crimes. Assim, não crimes de verdade (viu, agente do FBI), mas sabe aquela pontada de adrenalina? É isso. Coisa de filme de ação de bandido bang bang estilo Mercenários. E o ATEEZ tá meio que sendo foras da lei nesse MV, então a vibe é essa. Inclusive, super dá pra rebolar. Ou seja: nunca erraram.
Não tem coreografia, porque o Universe no máximo fazia só pedaços de dança, se fazia, e o MV teoricamente? entra? no universo ATEEZ? Não me perguntem. Eu não faço ideia. Tecnicamente faz, mas esse vídeo também é um apanhado de referências ao lore dos meninos, então de um jeito ou de outro Don't Stop entra um pouquinho nesse universo. E eles estão grandes gostosas, isso também é muito importante. Obrigada por tudo ATEEZ.
The World EP. 1: Movement
Em julho, o ATEEZ fez um comeback coreano (antes foi um japonês que vai tá na pt. 2) e eles simplesmente mandaram um de melhores álbuns do ano. Simples assim. Apenas mais uma quarta-feira para os meninos. O The World EP. 1: Movement tem 7 músicas e absolutamente todas elas são rainhas icônicas. Eles se importam TANTO comigo, ai ai. Sem brincadeira, favoritei todas.
Inclusive, queria fazer um flex rapidão aqui, porque meu irmão comprou o álbum e sabe!! Esse pc do San veio de brinde da lojinha junto de um pôster (que a gente ainda não tem lugar pra colocar, lol). Nunca fui triste. Foi o primeiro álbum oficial completo e fechadinho do ATEEZ que a gente conseguiu. Ai ai.
Enfim, vamos pra muito texto emocionado? Vamos sim.
A primeira música é Propaganda, uma intro de pouco mais de um minuto, mas que já abre o álbum com um chute na sua cara. Eles mandam um monte de palavras que parecem flutuar na sua mente, e todas fazem parte do universo do ATEEZ. Lies, numb, emptiness e etc, além de um berrão de Eyes in Sky e o pedido para que o mundo acorde. Tudo isso enquanto eles, basicamente, passam por múltiplas partes de instrumentais que pertencem a mais de uma música do álbum. Os sintetizadores aqui, inclusive, um beijo pra eles. Vocês já devem saber que sou cadelinha de sintetizadores, mas detalhes.
Propaganda é um primeiro passo que veio, serviu, e foi embora. Poderia ser maior, eu adorei a mixagem. Inclusive, se alguém ai que assiste Stranger Things e sentiu uma vibe da série no começo, porque né esse sintetizador mais puxado pros anos 80, fizeram uma edit pra série com Propaganda que, assim, cinema poético.
A segunda música é Sector 1 e, sinceramente, eu deveria ter me gravado ouvindo essa pela primeira vez. Um dia vou entrar pro mundinho de reactors só pelo valor cômico das inúmeras caretas que faço (geralmente sozinha por que eu tenho me controlar sempre, mas isso aqui já é TMI, oi). Meu irmão que me viu mordendo o dedo com essa aqui pode confirmar. Mas enfim, eles começaram essa com a outro (aquela música final) do MV de Answer, o que já me deixou absolutamente no chão, e sabe quem começa a música? O Yeosang. Não tinha como sobreviver.
E não bastasse este tiro inicial, a música vai seguindo e crescendo. Tipo, literalmente crescendo. Não tô nem falando do caminho comum de instrumental de ir aumentando no pré-refrão até que acelera e PÁ drop do refrão. Eles fazem isso aqui, mas O REFRÃO?? Nunca teria imaginado esse som do refrão considerando como a música começou. Na verdade, eu achei que ela seria bem mais calma do que ela é. Mas não, ATEEZ resolveu mandar um bop rebolante que é uma montanha russa do começo ao fim. TUDO ISSO LIGANDO COM ANSWER SABE!!
LET’S GO INTO THE SECTOR ONE!! Sabe o que eu falei de Don’t Stop e cometer crimes? Vou repetir essa aqui. Não que eu conseguiria cometer crimes com essa, pois tudo o que sei fazer quando Sector 1 toca é ficar pulando e berrando mentalmente. Mas a vibe é essa. Essa energia de filme de ação, de algo de heist só que mais chique. Um Oito Mulheres e um Segredo (Ocean’s 8) talvez. Enfim. Cinematográfica... O Movement inteiro é bem cinematográfico, e embora o ATEEZ tenha várias músicas com essa pegada de trilha sonora de filmes, esse álbum provavelmente é um Grande Momento Cinematográfico do começo ao fim.
Sector 1 mantêm o ritmo energético enquanto vai passando por momentos mais calmos do instrumental. Yeosang começando a música foi tão bom para todo o tom da música, e todos os registros mais baixos sendo utilizados são simplesmente cinemas poéticos. Essa pontualidade mais baixa deu um baque extra para os momentos mais altos, e fez a música toda fluir de um jeito delicinha. Quero dizer, ela poderia ter sido feita em um registro mais alto? Poderia, mas provavelmente não seria tão boa quanto é.
Existe uma vibe latente de fantasia aqui. Tinha traçado essa linha primeiro para alguns momentos da letra (A luz vermelha que se expande pela cidade; vamos para a rua do abismo). E então, em uma das várias ouvidas, finalmente entendi o que a primeira parte do instrumental me fazia pensar. O piano com reverberação que vem de Answer muda pra toques esporádicos sintetizados no instrumental, e em todos os momentos é quase uma sensação de estar flutuando. Ou, melhor ainda, estar em baixo d’água. Submerso. Sabe quem vive submerso em contexto fantasioso? Sereias. Vocês acharam que eu não ia falar de sirenteez aqui? Haha.
Mas, de um jeito ou de outro, essa é a minha imagem mental pra essa música, principalmente no inicio dela. Começa lá em baixo, no fundo do oceano, e conforme o instrumental progride você vai subindo até chegar à superfície com o refrão. Tem direito até a cena dramática de água se espalhando pra todo lado enquanto se joga o cabelo com os últimos raios do pôr do sol ao fundo.
Voltando a falar do instrumental, aquele sintetizador na parte do rap? Nossa. Ele já fica mais grave e meio nasty na parte do Hongjoong, só pra aumentar essa sonoridade na parte do Mingi. Como SERVEM. As harmonias do pós-refrão são perfeitas. A ponte suspende um pouco, e segue trabalhando com registro mais baixo de vocal antes do Jongho levar lá pra cima. Eles também colocam um efeito naquele “oh” que vai indo de um lado para o outro no fone. O último refrão não é diferente dos outros, mas ele te faz pular e rebolar de todo jeito.
Como Sector 1 foi a b-side escolhida para ser promovida, ela tem stages. Ou seja, tem uma coreografia. Eles fizeram essa coreografia pra mim. Yeosang, Yunho e San no começo? Lindo. Todos os efeitos de cascata? Cinema poético. Momento de dupla de Yunho e Wooyoung? Chorei. Ela é toda dinâmica e chique, e todo mundo tem seu momento de brilhar tal qual a música. Bom demais.
Chegamos a Cyberpunk. Não tem texto pra Cyberpunk. Ela é uma experiência e não tem texto que a explique. Apenas saibam que toda vez que toca minha alma sai do corpo, e eu nunca fui tão bem representada quanto essa edit aqui. E é isso.
Não minha gente COMO QUE PODE alguém lançar uma música DESSAS. E A MINHA SAÚDE MENTAL, ATEEZ? FICA COMO? HEIN?? Não tô brincando levou uns três meses pra eu conseguir parar de alucinar toda vez que essa tocava. Simplesmente incapaz de fazer qualquer coisa. Hoje em dia não tá muito melhor, mas a vida tem dessas. Como essa música é boa, nossa. Como eles fizeram essa pra mim. Esse sintetizador? Yeosang com linhas? Coreografia de vadia? Foi pra mim. FOI PRA MIM [passa meia hora gritando no travesseiro].
Enfim, sobre a música: BOAZUDA. Eu não sei muita coisa sobre Cyberpunk como gênero, meu máximo é Blade Runner, e embora ache interessante, tenho preguiça de ir de verdade nesse mundinho de sub-gêneros do punk. Mas acho aesthetic e bom. Vi muita gente falando que combina, então é isso ai. Óbvio que combinaria, pff, ATEEZ é sempre a favor de conceitos.
Eu simplesmente adoro o sintetizador. Ele me lembra um pouco o sintetizador do refrão de Guerrilla, só que bem menos grave e mais “limpa”. Não trabalhamos com termos técnicos aqui. Só que esse sintetizador que me lembra de Guerrilla fica lá no fundo e se evidencia só no pré-refrão. Por todo instrumental os sintetizadores fazem mil e uma coisas com várias cadências e, ai, é bom demais. Saindo de cadência pra vocal, que eu acho que seria escala o termo aqui, não confiem em mim, só queria dizer que simplesmente amo o jeito que o refrão é cantado de um jeito decrescente. O vocal começa lá em cima e vai descendo. Faz um ¯\_. É t-ã-o bom.
I WANNA FEEEEEEEEEEEEL ALIIIIIIIIIIIVEEEEE DON'T WANNA STAAAAAAAY IN THE DAAAAAARRKKKKK
Outra coisa muito boa de Cyberpunk (ela toda) é como os rappers estão no pré-refrão. Na segunda parte tem um extra que é a nota em quatro (4) tons (oitavas? Escala? Help) do Jongho enquanto o Hongjoong tá falando. A dupla dinâmica dos Minjoong volta lá na ponte e fazem um bate e volta que é simplesmente perfeito. E a ponte dessa música né? Os bandidos mandando DOIS, d-o-i-s drops falsos antes de voltar para o instrumental da música. O final da ponte é literalmente eles puxando mais o elástico do estilingue pra depois soltar com tudo na sua cara. Como. É. Bom.
Como eu sou emocionada e biased, queria fazer um parágrafo extra só pra falar do Yeosang. Vocês viram ele? Vocês viram meu filho? Vocês OUVIRAM meu filho? Que delícia que é a voz dele, e que delícia o jeito que ela foi utilizada aqui. Esse tom mais baixo dele é simplesmente cinema poético. Um beijo pro Yeosang. Meu bebê. Um beijo também pro Wooyoung que mandou aquele falsetto no segundo pré-refrão. E o jeitinho que o San fala carnival. E também o— [mandando beijo pra cada um deles logo que é mais fácil].
Os vocais são incríveis, os raps te chutam de um jeito que você agradece e o instrumental é simplesmente perfeito. Faltava só uma coreografia que fosse icônica também. E, assim, aqui é ATEEZ. Óbvio que eles fizeram uma coreografia ótima. Tinha um tweet por aí chamando essa coreo de vadia antifa/anarqusita e… é exatamente isso. É a definição mais fácil e simples sobre essa coreografia. A letra de Cyberpunk é toda trabalhada na história de revolução deles, mas a coreografia… Ela tem cadeiras, e literalmente começa com o San sarrando o ar. Tem reboladinha, tem mão passando pelos pernão. Tem pose pra mostrar os bração malhado. Fizeram essa pra gente também.
A coreografia é bem dinâmica, mas de um jeito mais sutil. Usam bem as cadeiras, dividem membros, e ela é elegante nos detalhes. Tudo dentro da batida. Teoricamente tem uma parte no refrão que serve de link com Halazia pelo movimento das mãos, e conhecendo ATEEZ talvez tenha sido de propósito. Ainda em lore, sabe aquela parte do Hongjoong falando das coisas manipuladas no segundo pré-refrão? Sabe o que o ATEEZ tá fazendo nessa hora? Eles fazem um passo reverso. Nessa fancam aqui dá pra ver, porque no stage a câmera focou em quem tava cantando. No fundo eu acho que o movimento dos braços é sobre a questão de marionete, mas aí é só teoria minha mesmo. E, bem, parte do conceito de distopia futurística, né? Como são kingos.
Eu disse que não teria texto pra Cyberpunk, mas mandei quase 1k aqui. Enfim. Eu sou emocionada. Gosto dela de um jeitinho normal. Salvou minha vida, limpou minha pele, etc. É uma experiência, tal qual aquela parte final de Take Me Home foi. Até por que essas duas músicas são primas, mas Cyberpunk não te faz chorar. Ou talvez faça, ela é tão boa que dá vontade de chorar. Não sei mais o que tô falando, só vão ouvir Cyberpunk.
Por fim, sabe aquele meme de toque música x no meu funeral, se eu não voltar pra cantar é porque morri? É essa aqui. Se eu não voltar pra cantar nenhuma parte de Cyberpunk, principalmente aquele “I wanna feel alive” do Jongho, é porque eu fui de versão brasileira Hebert Richards de verdade.
Ora ora, se não é finalmente a famigerada música título. Guerrilla foi um momento, né? Quem viveu sabe. Até porque, meu Deus, a dificuldade em acertar a quantidade de R e L nessa aqui. Mas enfim, o que dizer de Guerrilla que já conheço e considero pacas? O QUE É essa música, meu pai amado? Alou, Brasil? Coréia? Kim Hongjoong? Inclusive Hongie com aquele cabelinho dividido no meio? Como serve. Ele não cansa de servir.
Guerrilla viu toda a vibe de rock que permeou o k-pop neste ano e pensou em fazer um também. Só que eles foram e levaram pra outro nível. Não é nem algo totalmente biased, eles literalmente mandaram um screamo na música. Screamo. Sabe. Woof. A missão deles de acordar o mundo realmente seguindo com força. Imagina tu viver num mundo sem música nem nada, e quando esse controle é quebrado a primeira coisa que você escuta é Guerrilla? Jesus. A liberdade é ir de berço, aparentemente.
A música literalmente começa já com os sintetizadores altíssimos, até que vem uma suspensão e então o Hongjoong aparece e chuta sua cara. Tem menos de 30 segundos de música e a gente já tem rap bonzão, a risadinha que é marca registrada do Hongie e um berro na cara. Como não adorar essa música? Depois do Hongjoong vem uma sequência de Yunho - Yeosang - Seonghwa até que o San manda um falsetto lindíssimo. O pré-refrão vem com eles dizendo chega de mentiras (de negar o meu desejo) e o Jongho já vem mostrando que não tá pra brincadeira. O instrumental vai lá pra cima, segura e PÁ, solta a harmonia na sua cara. Como é boa.
Tá achando que já deu? Pois não deu não. O sintetizador do refrão é tão bom e o jeito que ele continua perfeitamente perceptível enquanto você tem um coro harmonizado alto em cima é ó uma delícia. E logo em seguida vem o Jongho mandando notão e uma guitarra espalhafatosa. O próprio momento pra balançar a cabeça no maior headbanging (por favor, façam isso longe de objetos como seu computador, vai por mim) (sim eu meti a cabeça no notebook, como adivinhou).
Eles então suspendem o instrumental pro Mingi mandar o icônico Fix On, e ai é só na gritaria mesmo. O silêncio aqui é perfeitamente utilizado. E ainda teve espaço pra uma parte meio circus/carnival (lembra do San falando carnival em Cyberpunk?). Também teve mais guitarra, mais notão, um dance break com harmonia, uma linha de baixo delícia. Meu Deus. Como pode uma música ser tão energética sem te deixar jogado na cama esbaforido depois. Músicas realmente para revoluções.
Você escreve ou faz alguma arte e tá precisando de ajuda e/ou inspiração para batalhas, revoluções e afins? Guerrilla tá ai pra você.
Um monte de chute na cara e energia, mas sem perder a emoção que é passada através de diversos momentos do instrumental e também pela letra. A energia aqui é criada pela emoção, pela ânsia desesperada de se escapar deste mundo de pesadelo da Strict Land. E essa camada emotiva dá um extra pra Guerrilla. O uso do screamo foi bem pontual, mas tão bem utilizado porque não foi demais e nem deixou o efeito deslocado. Inclusive até hoje não sei se foi o próprio Hongjoong que fez o screamo, mas mesmo que não seja, um beijo pra essa pessoa. E o silêncio antes de jogar o refrão com tudo na nossa cara, cinema poético demais.
Deixa só eu mandar um último salve pro refrão porque a lógica dele é praticamente a de anti-drop. O instrumental suspende, o Woo manda o “make a move” e quando você acha que é ali que o instrumental vai voltar, o vocal entra primeiro e só depois o instrumental volta. Sinceramente, apenas Pepita arrepiada aqui. Bom. Demais. E o jeitinho sutil que cada refrão tem uma camada extra de som, dando novidade a cada parte da música.
E essa é uma música de rebolar enquanto tu faz um headbanging. O Hongjoong foi muito fã de Linkin Park nessa aqui, ele se importa comigo. (Levemente dizendo que dá pra rebolar com Linkin Park, é… enfim, sempre dá pra rebolar se você não for covarde).
A dinâmica da música, obviamente, segue para a coreografia. Que coreografia BOA. A energia dela quase supera a da música. O Hongjoong aparece com uma bengala de caveirinha simplesmente pelo aesthetic. A coreografia começa já chutando portas, e eu adoro o jeito que eles usam os passos de dança pra se locomover entre as posições, porque a fluidez e sincronia que isso gera é muito satisfatória de se ver. O jeitinho que tudo combina com cada batida de vocal e instrumental. Literalmente. No final da primeira frase do refrão tem um tum-tum tum-tum da percussão no instrumental e eles simplesmente batem um dos pés no chão duas vezes.
Aquele movimento do jiggle jiggle no começo? Incrível. Quando eles se dividem e seguram os amiguinhos que ficam de cabeça pra baixo? Cinema poético. Absolutamente todas as vezes que eles giram perfeitamente dentro do próprio eixo? Um sonho. Os dançarinos de apoio? Perfeitos. A quantidade de movimento de cabeça que realmente parece headbanging? Icônico. A reboladinha do Mingi naquele rap dele? Tem gente que passa mal. Yeosang de center? Nunca fui triste. Hotel? Trivago.
Um salve bem salvoso pra parte do instrumental de carnival por que, nossa, o jeito que cada um faz uma coisa e eles têm pelo menos quatro formações seguindo da batida da música até que se juntam e sincronizam em um mesmo movimento. Foi tão bom. E O BREAK DANCE? Meu Jesus, como que pode. Ela é tipo, um ápice de energia em algo que já é energético. Se você não tava cansado por eles vendo a coreografia até agora, aqui você fica. Uma coisa que o ATEEZ sempre faz é dar intensidade à dança, aos passos que existem em tantas outras coreografias. São fãs do Raça Negra (eu preciso deles cantando dididididi diê).
Nunca entendo como a galera gosta de falar mal deles nisso. Fica ai o lembrete de que não existe esse negócio ai de over-performing. Tomem vergonha. ENFIM, último comentário é sobre como eles são completamente adoráveis e fofinhos entre si e os dançarinos que trabalham com eles, por que não só no dance practice dá pra ouvir os berros de energia e incentivo pra dança, como em fancams dos stages você consegue ver interações menores e mais sutis que tem o mesmo propósito e efeito de trabalho em grupo. Um beijo pros meus filhos.
Nem vou falar muito do MV por que envolve muita teoria e eu só entendi que eles tão lutando contra o governo de bosta deles e tentando trazer a arte para o mundo de novo. Faz pelo menos um ano que eu tô mais fora da curva do mundinho de teoria do ATEEZ, fazer o que. Nem os diary dessa era eu cheguei a ver ainda.
Aqui cada um tem sua função, o pobi do San correndo mais que Diabo da Cruz e ajudando o capitão. Eles se disfarçando de Homi Branco. A hacker/radio era dos Yunsang. A edição toda desse vídeo é tão boazuda. Os efeitos de graphic novel e aquele de vidro quebrado, os movimentos da câmera, as transições, o visual, paleta de cores, aquela cena em slow motion da bandeira… Ai, bom demais. Inclusive, o final do MV chega e cria mais um triplex na sua cabeça. Hongjoong, eu imploro, me manda o PDF da lore de vocês. Eu juro que leio.
Depois de uma música título dessa, eles nem precisavam fazer mais nada, na moral.
Mas ATEEZ é ATEEZ e eles acharam que não era o bastante, e depois do bop de Guerrilla eles mandaram The Ring… E… Sabe… Ai ai. [respirando bem fundo]. Quando o Jongho diz “I’m not okay” ele tava falando de mim. Não tô bem.
Cada música do álbum têm sua própria energia e intensidade. Mas The Ring eu acho, particularmente, que leva pra outro nível. O peso desse instrumental. A intensidade dele é tão pontinho de exclamação que!!!. TEM UM ÓRGÃO AQUI. UM Ó-R-G-Ã-O. A música começa com um conjunto de percussão e sintetizador que reverbera, e depois vai crescendo de um jeito tão….único? Tem um monte de elementos nesse instrumental, a maioria passa por uma distorção, incluindo uma guitarra e o já citado órgão. E o silêncio aqui também é muito bem utilizado. A ênfase que ele traz pro drop do refrão é simplesmente perfeito.
The Ring é recheada de auto tune. Só que o ATEEZ sabe muito bem como, quanto e onde usar o auto tune, então mesmo que você esteja ouvindo o efeito, ele não tira nenhum ponto da música. Na verdade, dá até um extra. Tipo Lotto do EXO que só é boa daquele jeito pela quantidade absurda de auto tune nela. Sabe o que mais tem em The Ring? Referência a Senhor dos Anéis [sai gritando pela casa cantando one ring to rule them aaaaaaaaaaaaalllllllllll].
"Um Anel para todos governar, Um anel para encontrá-los, Um Anel para todos trazer e na escuridão aprisioná-los"
Mandam essa depois de ter uma música chamada Precious, uma tour chamada The Fellowship e o comeback de Guerrilla ser na data da primeira publicação de Senhor dos Anéis. COMO ELES SERVEM.
A questão de Senhor dos Anéis aqui é ótima porque essa música aqui é totalmente música épica. Ela me faz pensar em fantasia ao mesmo tempo em que é mais moderna que fantasia costuma ser, mas ela é épica de um tipo fantasioso. Música de final boss. Essa aqui até o Sauron escuta e fecha o olhinho por um momento pra apreciar. Eu dou uma alucinada nela também e, tal qual Cyberpunk, às vezes eu não sei mais o que tô fazendo quando essa toca. Talvez seja por isso que esse texto tá saindo… assim, mas enfim.
O Yeosang começa a música, o que já é cinema poético por si só, mas eu adoro tanto a cadência que esse verso é cantado, sabe? É muito gostosinho. Essa cadência volta em outras partes da música, e ela segue sendo ótima. Um dos pontos altos da música é o vocal do Yunho, eu acho. Aquele “oh noooo”? Passei mal. Ele usando o registro mais alto sinceramente obrigado senhor pela graça alcançada. Às vezes eu acho The Ring uma voltinha rápida para a sonoridade de pirata deles, e esse ponto junto dessa música Senhor dos Anéis é um baita conceito.
Enfim, eu adoro essa música. Todo o poder que ela tem. E a escolha de encerrar com aquele one ring to rule them all é simplesmente cinema poético.
Eu sei que o texto tá grande já, mas calma ai que ainda tem mais duas músicas. E, bem, acabamos de passar por The Ring, talvez você precise de alguns minutos pra absorver essa música.
Vai lá. Encare o teto ou parede pelos próximos 10min.
Eles mandando uma questão meio existencial de Para Onde Eu Vou (de onde viemos? porque estamos aqui? sexta no globo repórter) logo depois de The Ring foi hilário, honestamente. Também não sei, amados, vamos nos jogar na cama talvez. WDIG também começa já indo pela sua garganta.
Ela foi marcada de negrito no meu documento de músicas de k-pop (eu marco em negrito minhas favoritas, pra contextualizar), mas ela é a música que eu menos volto pra ouvir nesse álbum. Não sei exatamente porque, mas acontece. Acho essa ótima para ser usada em trailers, inclusive, deixando a ideia no ar aí para vocês.
WDIG é mais eletrônica do que as outras, e o auto tune segue no talo aqui, mas o efeito adiciona ao conceito. Ela também me parece puxar mais pro mundinho pirata. Sei lá, às vezes eu tô ouvindo e consigo imaginar o navio passando pelo mar ou atracando em terras desconhecidas. Tem uma hora que a percussão cresce, e queria dar um salve extra pra esse momento.
O ATEEZ embarcou novamente no mundinho do refrão quase vazio e meio noise music. Mas aquele where do i gooooooooooooo gruda na cabeça. É sério. Na primeira vez que você estiver em dúvida de algo vai aparecer lá no fundo da sua mente o where do i gooooooo. E sim, o low low low diving deeper vai ter o mesmo efeito. Ela é uma música para se ouvir e apenas sentir a vibe.
A segunda estrofe parece que tem mais efeito de reverberação, o que dá mais ênfase pra batida que parece ir de um lado pro outro no fone. Ela é uma das minhas partes favoritas, eu adoro como o vocal trabalha ali antes de voltar a subir para o pré-refrão. E como ela é cheia de efeito, eu já não sei se é culpa dos meus fones de ouvido, mas às vezes parece que o som é mais abafado? Como se viesse de outro cômodo. Eu gosto. A maior parte dela é a parte final inclusive, onde tudo é intensificado.
E um beijo pros vocais do Yunho e do Yeosang. E também um beijo pra linha falando sobre castelos de areia, porque é a relação entre o governo e como a mensagem deles de libertação começa a rachar essa estrutura.
New World é uma viagem. Ela começa com um coral entrando lentamente na música e que é meio creepy. Yunho começa a música de volta ao seu registro baixo, Yeosang vem logo em seguida e então ele e o Jongho harmonizam antes do Seonghwa dar continuidade. Eu amo quando Yeo e Jongho harmonizam, o contraste deles é tão bonito. Essa foi pra mim.
A essa altura eu já tô olhando para o teclado sem saber o que dizer, só sentir. E New World me faz sentir muita coisa. A carga emocional dessa aqui sabe? Puta merda. The Ring tem um instrumental pesado, e New World tem um peso emocional épico. Nunca sei se ela é música de batalha ou se é algo pós-batalha, quando você começa a ver a luz no fim do túnel. Ela é um hino esperançoso. O que me preocupa um pouco porque ela encerra o primeiro álbum da era World e eu não confio no ATEEZ e essa lore triste pacas deles. Mas detalhes. O sentimento tá lá de todo jeito.
A By me perguntou uma vez porque essa música era emotiva, e se não me falha a memória eu disse que era principalmente pela harmonia de fundo na segunda parte do refrão. Acho que é o conjunto todo da música, mas aquela parte do Jongho simplesmente vai Lá, sabe? Ela vai. Não sei se é porque ela é uma quebra na linha energética do refrão sem sair do tom do instrumental ou se é só pelo jeitinho que meu filhotinho canta mesmo. Porque, assim, aquele we aaaareeeee arrepia sempre.
Inclusive, adorei o jeito que colocaram o San pra cantar na segunda parte por que eu sempre acho que o registro mais baixo dele tem uma cor vocal mais quente. Sabe? Não sei explicar direito, mas é como se ela tivesse uma camada de cobertor por cima dela. A gente tá mais acostumada com ele cantando no tom mais alto, e a cor vocal dele sempre é quente e emotiva, mas tem uma diferença quando o registro é mais baixo. Enfim, tagarelices, vamos resumir em adorei como pequeno Sannie cantou aqui. Um beijo pra ele.
A linha vocal toda aqui é um Momento, né? O Yeo mandando um “how do you feel?”, eu me sinto passada, chocada. É isso. Eles vão do alto ao baixo, eles harmonizam, os vocais escondidos e de fundo (que a maioria é do Maddox, um beijo pro Maddox) são cinema poético. É dramático e energético e emotivo e lindo. Uma obra de arte. Gif da Lady Gaga aqui. Gif do Bob Esponja flutuando também por que é preciso.
Enquanto isso os raps do Hongjoong e do Mingi simplesmente te puxam pelos pés, te chutam, te rodam no ar, jogam sal na sua cara, abrem uma coca, jogam mentos lá e miram em você……. Eles não fariam nada disso de verdade, mas os raps deles simplesmente [gritos] [mais gritos] [soco no travesseiro]. Jesus amado.
E O INSTRUMENTAL HEIN? Esses sintetizadores são maravilhosos e aqueles violinos da segunda estrofe? Limparam minha pele, me hidrataram, etc etc. Eles voltaram mais pra esfera de rock com parte do instrumental e aquelas distorções de sintetizador no fundo dá textura ao som. Adoro o jeito que o instrumental aumenta o ritmo junto do rap, e a suspensão praticamente em fake/anti drop para o refrão faz aumentar o impacto.
Não se preocupem, ainda dá pra rebolar com New World. É impossível ficar parado com essa aqui, nem que sua dança seja igual a do menino na balada do gif lá de cima. Não tem rebolada nas apresentações que eles fazem nos shows, mas tudo bem. Inclusive, menino Seonghwa vivendo a melhor vida de fanboy colocando toda sua energia Star Wars para o conceito dessa apresentação, e ficou tão bom, né? Um beijo pro kingo.
A escolha de encerrar o álbum com um hino desses, sinceramente… Como são bons. Obrigada por tudo ATEEZ.
É incrível a capacidade do ATEEZ de se reinventar todas às vezes e trazer sempre obras de arte. The World EP. 1: Movement foi literalmente um dos melhores álbuns de 2022, e um dos melhores da discografia dos meninos. É tudo tão coeso, e tão algo do ATEEZ, que o resultado não poderia ser diferente.
Esse álbum poderia facilmente ser um álbum de trilha sonora de algum filme. Todas elas são perfeitamente cinematográficas. Mesmo que aqui seja só uma parte de toda a história deles, você ainda consegue entender a história que eles contam neste álbum. E o conceito aplicado é tão bom.
Bom demais ser fã de ATEEZ, recomendo a todos, eles são muito bons (o fandom nem tanto, mas qualquer mídia é melhor longe de fandom).
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