Como uma deusa, Taeyeon se mantém

Imagina lançar um dos maiores álbuns do ano já em fevereiro? Apenas mais um dia na vida da kinga Taeyeon que meteu o álbum in-vú (na verdade é I-N-V-U, mas falar invú é melhor) lá no começo do ano e PENSE num álbum do balacobaco. Ela ainda mandou conceito de mitologia grega, então... É, eu tô sendo emocionada mais uma vez.

Boa sorte pra vocês. Até porque, esse texto tá aqui nos rascunhos já faz umas três semanas e eu juro que revisei ele, mas... é.

E FELIZ NATAL E/OU FERIADO VIU!! Tomara que seja um dia bom pra você, de algum jeito.

Entendo que quando saiu muita gente não pegou a referência ao conto mitológico que se apresenta aqui. Eu mesma demorei um pouco para pegar, e depois me senti muito burra de não ter percebido antes. Mas, assim, INVU (MV, a música e álbum nooooot really) é sobre a história de Ártemis e Órion.

Então pra todo mundo que não acertou: Falta Hércules da Disney, Percy Jackson e horas rodando a internet lendo mitologia grega na sua vida. Melhore (meia-piada). Entendo todas as outras referências ditas (Katniss, outros ggs, etc), mas assim....nah.

Enfim, sobre a história de Ártemis e Órion:

Ártemis, ou Diana na mitologia romana, é a Deusa da caça, dos animais e da lua e também é chamada de Deusa virgem. Além disso, é irmã gêmea de Apolo, o deus do Sol (e luz, música, oráculos, etc) (e no meu coração Apolo é o Key em Gasoline, bjs). Ártemis apaixonou-se por Órion, seu companheiro de caça, que basicamente foi o único que chegou a conquistar o coração da deusa. E é aí que tudo dá errado.

Existe mais de uma versão para esta história, mas o final é sempre o mesmo. Então, em um resumo beeeem resumido nós temos:

  1. Um escorpião gigante é enviado, por Gaia ou Apolo (depende), para matar Órion.

  2. Ártemis mata Órion por acidente enquanto ambos caçavam o escorpião gigante.

  3. Apolo desafia Ártemis a acertar um alvo longe. Ele engana sua irmã gêmea, que descobre depois que o alvo era Órion. Essa linha aqui varia entre o caçador sendo acertado no mar (fugindo do escorpião) e enquanto tomava banho.

Além da morte certa de Órion, o pós-morte do caçador também se repete: Ártemis o transforma em constelação. As versões variam entre ser Ártemis ou Zeus (a pedido da deusa) quem transforma Órion em constelação, e também variam entre apenas Órion e ele e o escorpião se tornando estrelas. Mas é isso.

Ártemis e Órion se apaixonam. Órion morre. Ártemis o eterniza no céu como constelação.

Acredito que a versão da história utilizada aqui é a de Apolo enganando Ártemis enquanto Órion tomava banho (ou no mar, mas voto no banho pelo lago que aparece). O MV mostra paletas de cores quentes e frias, mostrando as cores dos Deuses gêmeos, além do coração que sai da água. E é tudo tão lindo, e tão artístico e tão maravilhoso que N-O-S-S-A, como é bonito. Temos o templo prateado, o deserto que se divide em dia e noite, o lago com aquela Lua gigante atrás. E o melhor é que, tirando metade do vídeo em que as cenas passaram por CGI, alguns dos sets são simples: apenas um cômodo grande com objetos montados.

Lembra quando VIXX lançou Shangri-la que é um set basicão e mesmo assim é uma obra de arte? Essa energia.

Órion aparece como um busto prateado em algumas rápidas cenas, e morre na segunda parte da música, com aquela chuva de flechas no deserto em cores quentes e as poucas flechas que caem no lago da Deusa. E então, na parte final do MV e da música, é onde ele é transformado em estrela, subindo aos Céus para ser eternizado em constelação. "The irony is that you shine more, so I N V U".

Com história ou sem história, o MV é um dos mais lindos do ano e de muitos anos. Se você não concorda, você simplesmente não viu esse vídeo. Ele é TÃO LINDO, cinema poético demais. E dá um complemento mágico pra música que compartilha dessa vibe etérea.

INVU é aquele tipo de música pra se ouvir no repeat, sem cansar. Ela é um synth-pop meio vintage e elegante. Se o HURTS não fossem dois emos tristes eles mandariam uma dessa... Ou talvez não, eu só queria falar de HURTS mesmo, um beijo pra HURTS. Enfim, a produção do instrumental beira ao minimalismo, mas ele é tão bom. Menos também é mais, principalmente quando você tem uma vocalista como a Taeyeon. O dinamismo do instrumental não é algo gritante, é a entrada de uma batida diferente aqui e ali, suspensões e umas distorções esporádicas de um dos sintetizadores. Mas funciona e funciona bem.

Os vocais da Taeyeon carregam a música, o que adiciona mais uma camada pra toda essa energia etérea que INVU tem. Dá pra entender porque a gata teve que bater o pé pra essa ser a música título do álbum, porque esse instrumental minimalista não é pra qualquer um. E aqui ela vai pra todos os cantos, né? A gente tem o registro mais baixo da Taeyeon por grande parte da música, até que ela começa a subir e então tem todas as notas longas que são tão mágicas e deliciosas. E aquela ponte e parte final da música, né? Wow.

Aquele final é tão sofrido e dramático, sabe. Como é bom. Quando a batida volta com a high note ainda rolando. Essa parte, e o "so when you leave, please make it easy" no Live Clip? Woof. INVU dá um calorzinho no coração por ser tão boa, mas o yearning da música tá sempre lá. Eles foram muito espertos com as partes em inglês e com o jeito que elas grudam na cabeça. O "I guess I lost my mind" e o "so I can't love you, even though I do"? Cinema poético. O trocadilho de I-N-V-U (I envy you) e o jeito que i-n-v-u se repete no refrão são tão !! que ai, não tem como ouvir só uma vez.

E, falando no INVU do refrão, a coreografia também foi feita na medida pra grudar nessa parte, né? Nada como fazer os dedinhos errados até que, ocasionalmente, você acerta. A coreografia também brinca bastante com velocidade, indo do rápido ao devagar, sem perder a elegância. Tudo aqui é muito suave, algo que fica claramente nas nuvens. Tem pose de boneca, movimentos de cascata, complemento da Taeyeon com as dançarinas que gera dinâmica nas formações. Aquele movimento da segunda estrofe da música com ilusão de ótica da Taeyeon sendo atingida... Cinema poético. Um beijo pras dançarinas e um beijo pro Studio Choom que INVU teve.

Meu último salve é para os maquiadores da Taeyeon nessa era, porque olha... Eles merecem um aumento de salário. O glitter, as lágrimas em glitter, toda paleta prateada e dourada. O cabelo da Taeyeon, principalmente a cor, tá maravilhoso também. Até os estilistas merecem aumento, embora eu não goste tanto da roupinha que a Taeyeon usa no Studio Choom e nem daquelas botas brancas. Mas tudo bem, essas peças funcionaram também. Nada supera a roupinha toda branca e aquele vestido com a rede de pedraria por cima, mas detalhes.

Some Nights é a próxima faixa do álbum, e embora ela siga toda essa sonoridade etérea de INVU, ela é bem mais melancólica que a primeira música. É uma balada R&B triste meio celestial que também é carregada pelo vocal emotivo da Taeyeon. E, pra mim, é a segunda música Ártemis x Órion desse álbum.

Essa tá na minha lista de favoritas também, por que... Ela é tão boa, né? Nossa. Some Nights começa devagar e depois se intensifica no refrão, mas então chega a ponte e a parte final da música e é uma surra de emoção e vocal na cara. Eu moro nessa ponte. O jeito que ela sobe o vocal, depois desce um pouco e como toda essa parte até a high note é cantada de um jeito meio desesperado, que você escuta a respiração dela e o tempo que cada palavra é dita é diferente do tempo do resto da música.

Taeyeon é vocalista, ela canta. Óbvio que teria uma balada de maria gritadeira nesse álbum, e eu amei que é uma que funciona super bem.

O instrumental aqui também é meio simples, em teoria, mas o violino no fundo é perfeito. O principal desse instrumental é que um dos produtores da música confirmou que Some Nights tem sample (ou uma interpolação, já que ele disse que foi reinterpretado? não faço ideia) da música clássica Solveig's Song, de Edvard Grieg. Nesse live video especial que a Taeyeon lançou, ela coloca parte do instrumental de violino da música, o que difere da versão de estúdio, mas que ficou tão bom, então escutem todas as versões.

Solveig's Song costuma ser apresentado com uma cantora lírica, então vou deixar uma versão assim (esse da Sissel também, tbh) aqui pra vocês verem. Depois que se escuta Some Nights e Solveig's Song, dá pra perceber a semelhança. A música é boa e o mesmo sentimento melancólico, quase de yearning, está nas duas músicas. Foi bem esperto esse sample (ou interpolação, idk, help).

Às vezes eu penso que quase tem uma construção sonora nesse álbum, tipo o WOODZ com Only Lovers Left/Colorful Trauma e o KEY com Bad Love, mas não sei se foi exatamente esse o caso. Depois da melancólica Some Nights, onde a gente sofre pelo o que não consegue esquecer, a próxima faixa é Can't Control Myself, que vai seguindo a linha de sofrência, só que com um intensifies. A Taeyeon ter mandado essa como pré-release foi uma jogada monstra.

Ela sai do ritmo lento de Some Nights e vira uma power ballad, que vai apostar em sonoridade lá do reino do pop rock acústico, tipo uma prima de I'm With You da Avril Lavigne só que com guitarra, o que deixa a música mais dinâmica em comparação com as anteriores. E, obviamente, os vocais da Taeyeon aqui são tão bons. Tem os ganchinhos em inglês e o ha ha ha que são chiclete, então é fácil ouvir essa de novo e de novo. Assim, é meio engraçado falar isso porque, pessoalmente, dei mais replay em outras músicas do álbum do que essa, mas quando escuto Can't Control Myself, não é uma vez só.

E a ponte, né. A pausa entre o refrão e a ponte, até que entra o piano e tudo fica meio acústico. O a ha ha ha, feels like heaven feels like hell que em esse ha ha ha de risadinha sarcástica e como ela soa entre o cansada e o entorpecida. O vocal mais suave antes de voltar, junto da guitarra elétrica, pro último refrão. Como é bom.

E esse MV, né minha gente? Woof. A Taeyeon também é atriz, ela atua. Kween demais. E a crítica social foda do MV foi tão bem construída.

O simbolismo sobre a relação com a fama, e tudo que ela constrói e destrói é apresentado como um filme por todos os 3min de MV. Existe a questão do relacionamento romântico também, mas isso está interligado a relação existente com a fama. Nós vemos a diferença gritante entre a Taeyeon real e a dos palcos, e como essa diferença também a afeta. Ela é o alvo dos holofotes, enquanto o homem passa sempre despercebido pelos outros. O breakdown que ela tem no palco no final do vídeo, e como ela é dada como louca pelo cara e pelo público, que age como se tudo fosse parte do espetáculo. E a cena das rosas jogadas pelo público que machucam Taeyeon com seus espinhos.

A única coisa que me deixa levemente confusa até hoje, é a cena que abre o MV, dela lavando as mãos ensanguentadas. Teoricamente? Ela? Matou o cara? Ou é o sangue dela mesma, considerando os machucados das rosas? Não sei. Uma vez, vi no twitter alguém dizendo que as cenas reais são as que acontecem no apartamento, com Taeyeon loira, tal qual a cena inicial dela lavando as mãos depois de ter assassinado o ex-parceiro. Então, todas as cenas do teatro e afins são alucinações dela misturada a memórias, de como eles se conheceram e etc, até o breakdown que ela tem no palco por já saber que o mundo de fantasia dela não era real. Por isso que o público e o cara parecem sempre tão alheios a tudo, um fantasma que atormenta a Taeyeon. Sou a favor da morte do macho, porque a crítica sobre a relação com a fama continua ali e, sinceramente, ele merece uma facadinha.

Aos agentes do FBI lendo isso: não estou incitando violência nem falando de uma pessoa real. Disclaimer, né, vai que.

PEGA FOOOOGO O CABARÉ! Quem nunca viu alguma coisa muito bonitinha ou muito ruinzinha na internet e quis entrar em combustão espontânea, não é mesmo? Nossa representação aqui. Set Myself on Fire não é sobre isso, mas tá tudo bem.

Cês acredita que Taeyeon saiu por ai lançando vários live clips, mas não lançou pra essa? E nem pra Timeless, mas chegaremos lá. Sabe quando Ana Carolina falou que ia aparecer na sua porta completamente nua? É a Taeyeon dizendo que vai colocar fogo em si mesma. Povo intenso. Tudo fã de Raça Negra.

Essa letra toda trabalhada na negação é, mais uma vez, carregada pelos vocais da Taeyeon. Tá ficando batida essa frase já, mas é um álbum da Taeyeon, ué. Set Myself On Fire tem quase a mesma tonalidade obscura e melancólica de Can't Control Myself, mas ela não é esse tipo de sofrência. Aqui é realmente sobre negação, sobre ver o relacionamento escorrendo por suas mãos e não saber o que fazer, então dá pra entender porque o pensamento de "How can I catch you? Should I set myself on fire".

O instrumental aqui é bem tranquilo também, diferente de CCM, e não tem muita coisa acontecendo. É algo bem mais pop, com sintetizadores sutis, mas tudo funciona bem. O que eu mais gosto aqui, além de ser um instrumental meio cinematográfico, é que o refrão tem uma cadência que me lembra valsa. Não é efetivamente uma valsa, até porque o tempo é mais acelerado e acho que tem mais notas do que uma cadência de valsa teria? Mas me faz pensar em valsa. Fica divertido pensar nisso considerando a letra, porque aí é como se ela dançasse pelos próprios pensamentos enquanto nega a realidade. Quem nunca.

A teoria de uma linha levemente coesa de história/sonoridade para as posições das músicas no álbum vai de arrasta pra cima nessa música, porque acredito que se tivesse algo proposital a próxima música seria Cold as Hell ou Siren, e não Toddler. Mas tudo bem.

Enfim, Toddler, né? Essa aqui eu ouvi uma quantidade saudável de vezes. O instrumental já é mais voltado pra algo disco e a linha de baixo aqui é simplesmente perfeita. Tem barulho de estalos e palmas ritmadas, então dá até pra arriscar fazer um passinho enquanto escuta, porque esse baixo disco-ish te dá uma vontade de dançar. Ela não é uma música Animada de tempo rápido, mas ela é levemente mais animada que as outras e toda essa vibe de ouvir estalando os dedos junto e balançando a cabeça é ótima.

Até que você vê a letra e toma um tapa bem casual. Dá pra captar a emoção e a melancolia latente de quem costumava viver nos contos de fada e agora cresceu porque, mais uma vez, a Taeyeon entrega tudo nos vocais. Inclusive, acho que essa música é onde o instrumental e os vocais mais seguem a mesma linha e complementam um ao outro. Ocasionalmente o refrão me dá a impressão de que o vocal vai contra o instrumental e é cantado mais devagar, quase monótono, o que é parte do conceito da letra sobre a vida adulta.

Curiosity fades away quicklyThere are overflowing things I don't want to knowEveryone wants to be "Peter Pan"It used to be like that, sounds boring againTo be honest, It's difficultTo hide everything, making it naturalI think I'm such a fool to get hurtIt becomes my own secretLike the queen of fairy talesI'm an adult and that's allLike all fairy talesI believed that there were only happy endingsStill dreaming like a child

She's just like me fr.

Melancolia de letra relacionável a parte, que musicão, né. Impossível desgostar dessa. Toddler tem toda essa vibe meio etérea meio disco que te faz dançar de boa e aproveitar o momento, com um pezinho na nostalgia também. E a linha de baixo, sério, que delícia. Toddler é uma das maioriais do álbum e não aceito discussões.

Esse live clip é perfeito também. Aquela parte final que a Taeyeon manda os adlibs é tão boa. Stan talent, stan Toddler.

Siren é a próxima faixa, que infelizmente não tem um live clip, porém tem um making off bem bonitinho de ver. E que música boa, né?

Ela beira a uma power ballad? Tecnicamente? Não sei, mas ela é agitada de um jeito próprio sem ser exatamente animada. É algo na linha de Can't Control Myself, só que mais na vibe de mistério. Siren é daquele tipo de música que te prende até o final porque você não sabe o que vem em sequência.

Até hoje não sei com certeza se é Siren de sereia ou de sirene, mas no meu coração é de sereia, porque não sou obrigada. Até porque existem momentos em que a Taeyeon fala sobre água e ir mais fundo, e também é a faixa em que o vocal é mais provocante. Aquele come catch me if you can com ela claramente rindo da cara da pessoa, sabe? Incrível.

Se ela quisesse me matar afogada me puxando pra água, eu aceitaria. 

Siren também tem aquela vibe etérea de outras músicas do INVU, principalmente no refrão. O jeito que o vocal da Taeyeon vai entre o rápido e o devagar, até mandar um rap cantado, é tão satisfatório de se ouvir. A ponte tem uma suspensão antes da high note, e, enquanto dá pra pensar que Siren é pra sereia, também acho que ela deixou ambos os significados aqui. No refrão, lá no fundo, dá pra ouvir som de sirene. Esses pequenos detalhes que você pesca quando escuta de novo (e de novo) dão um extra pra música.

Essa música também é cinematográfica, então fica ai a dica pra alguém usar em um filme ou trailer.

Agora, se Siren não vai te jogar na água e te fazer ir de comes e bebes, Cold as Hell vai.

O instrumental dessa aqui é de milhões e eu também ouvi ela numa quantidade saudável de vezes. A linha de baixo aqui é maravilhosa, a guitarra de fundo que depois cresce no pré-refrão é ótima, o refrão vazio de 4th gen com sonoridade industrial-ish dá um novo soco na música. Mas nada pra mim supera o uso daquele órgão delicinha quase hipnótico. Em teoria esse toque do órgão faz alusão à uma canção de ninar, mas o tempo dela é distorcido, então acaba ficando naquela esfera de caixinha de música/circus macabre. Depois ainda tem violino e sintetizadores e SABE, meu Deus como é bom. Esse clima creepy é perfeito.

Cold as Hell tem o mesmo efeito de puxão de Siren, mas aqui a sensação de perigo é bem mais perceptível que a faixa anterior. Aquele drop é de alguém que te empurraria de um prédio, sabe? Aqui Taeyeon é muito mais Perséfone ou Hades do que Ártemis. Muitas músicas que vieram antes fazem parte de um universo de músicas de break-up, mas essa aqui é do lado bitter da força. Tudo vai ficar gelado a ponto de queimar. Ela vai esquecer a pessoa, as memórias são apenas fantasmas que estão em um lugar onde ninguém mais vai. Tudo que era lindo e brilhava se foi. E você vai ir de comes e bebes em breve também.

Sabe quando você tá a um passo de coringar e fazer o próprio Cell Block Tango? Essa vibe aqui, porém de maneira sutil. É só aquele aviso da sua mente dizendo que algo de errado não está certo. A energia creepy daqui me dá vida. Se alguém tem personagem feminina vilã e tiver na dúvida de que música usar pra trailer/amv, tá ai uma música pra você.

Cold as Hell merecia um live clip, no mínimo. Um stagezinho. Qualquer coisa. É muito boa, e é uma sonoridade mais diferente pra discografia da Taeyeon, que nunca erra.

Chegamos em Timeless e, assim..... [gritos]. Mais uma que gosto de um jeitinho normal e ouvi uma quantidade saudável de vezes. Que música boa. Que música de quentinho no coração. A vibe meio Take My Breath Away e Paparazzi (que foi inspirada por música dos anos 80, como Take My Breath Away) do instrumental. O jeito que esse disco suave me deixa fazendo passinho de um lado pro outro igual faço com Feel It Coming. Musicão.

Não gostou de Timeless e Toddler eu já sei que é mau caráter. Não faço as regras. (meia piada só, mas assim... não preciso dessa negatividade na minha vida).

Timeless é uma música meio cura onde dói. Ela recupera todo o calor perdido em Cold as Hell e te abraça, aquela mensagem de que vai ficar tudo bem. Essa aqui faz igual.

Sabe aquela faixa do álbum que parece te abraçar e te passa uma sensação de conforto? Pois bem, essa faixa é Timeless. Mesmo tendo uma sonoridade completamente diferente de Cold As Hell as duas parecem se complementar perfeitamente, indo de um sentimento mais pesado para algo que parece te abraçar e dizer “agora vai ficar tudo bem” e eu gosto desse contraste.

A música tem toda uma construção mais leve, com um instrumental que não explora nada extremamente diferente, e com aquela mesma textura quase celestial que existe tanto na voz da Taeyeon quanto no instrumental. Timeless é uma daquelas músicas que é simples e marcante, com uma performance vocal maravilhosa.

Ela faz igual Toddler fez lá em cima e é uma quebra nos instrumentais mais pesados. Ela tem uma sensação de liberdade pela melodia retrô combinada com um refrão forte e que é até fácil de se grudar na cabeça. A linha de baixo aqui é maravilhosa. E eu sei que já falei do vocal da Taeyeon não só aqui, mas em todas as músicas, mas aquela parte na ponte que ela manda uma nota longa meio adlib com reverberação é tão bonita, veio direto dos céus. Toda a parte final da música é meio que mais etérea e ai, sensa.

Em teoria, a música é sobre ela e os fãs, mas existe algo que vai além disso e que é possível de se adaptar para diversos tipos de relações. Sem retirar o mérito da mensagem original, óbvio, porque música também é isso de observar a mensagem original e conseguir trazer ela pra sua vida, as coisas podem coexistir. E, bem, quando ela diz que quer ser eterna e atemporal, espero que alguém já tenha dito que ela é.

Heart é a próxima faixa e preciso começar dizendo que ela é uma música boa, mas às vezes eu esqueço que ela existe (tal qual a sequência final do álbum). Não é por mal, eu juro, minha memória é pouca e outras músicas do INVU alugam um triplex na minha cabeça. E nas duas primeiras vezes que abri esse Live Clip pra ver a música acabei nem prestando atenção no som, porque como a Taeyeon tá linda aqui, né? Woof.

Enfim, sobre Heart: ela começa basicamente no acústico e então vai casualmente adicionando mais elementos, o que querendo ou não joga mais peso para o vocal, e isso não é problema pra kinga. O refrão chega e é onde a música explode de uma maneira mais sutil, aquele piano no fundo com o sintetizador são ótimos de se ouvir até que o instrumental é suspenso e o vocal toma a cena inteira e é tão bom. Ai.

Aqui a gente sai de batidas de disco e vai pra jazz. Aquele piano ficou martelando por um tempo na minha cabeça até que vi uma reaction pra Heart no youtube que juntou a música com Gravity, e aí fiquei... oh. Não era o piano, mas tal qual dito na reaction, é a progressão melódica do vocal que lembra Gravity. E assim, Gravity e Heart são irmãs. É isso.

A letra meio que me dá vontade de comer vidro, não vou mentir, mas a vibe de um abracinho quentinho que vai ficar tudo bem segue aqui e até um pouco mais intensificada. Meio cura onde dói, meio esfrega sua cara na parede. Coisa boa, né?

A sonoridade de Heart é bem gostosinha e é pra ficar de boa, talvez dar aquela dançadinha no meio da sala com a vassoura. Ela é uma música quentinha, não só pela construção do instrumental que tem toda essa atmosfera mais intimista, ou pelo vocal que é mais alto e parece um sonho. É uma coisinha daqui mesmo, do sentimento. Então mesmo que eu ocasionalmente esqueça dela, sempre que toca é um momento bom.

Eu sei que o Doyoung (do NCT127) é cadelinha de Some Nights que o bichinho já foi emocionado até no instagram quando o álbum saiu, mas adoraria que ele fizesse um cover dessa aqui. Doyoung, meu brother, se você estiver lendo isso: quebra essa pra mim, por favorzinho.

No Love Again é uma música cujo instrumental veio direto de um CD Summer Eletrohits.

Ela é meio que um dance the heartbreak away e eu adoro esse refrão, mas nada aqui chega a ser explosivo. Não sei se essa música entra na categoria de city pop, porque eu sei categorias musicais de um jeito bem mais básico, mas essa vibe de Eletrohits me dá uma sensação de dirigir pela estrada de noite, então tá ai a cidade. Se eu já dirigi pela estrada de noite? Não, nem carteira tenho ainda. Mas detalhes. É sobre o aesthetic.

Também tem muita cara de música cujo MV seria aquela coletânea de cenas da Taeyeon e amigos em uma balada. Estilo Habits (Stay High) da Tove Lo, até porque a letra tem uma vibe semelhante. O instrumental de No Love Again é um pop 2012, mas que segue inovando dentro do próprio limite. Quero dizer, no último refrão tem um violino (ou algo que lembra um violino?) láaaa no fundo, sabe? E aquela guitarrinha distorcida junto das batidas sintetizadas da esfera house é uma junção muito do bem.

E O REFRÃO!!! Às vezes eu nem me lembro da música inteira, mas lembro do refrão. O jeito que a Tayeon canta o “hannaje kkumil ppunin, sarajil hwansang ppunin” é tão satisfatório. A tradução dessa frase é “It’s just a daydream, it’s just a fantasy that will disappear” e… eu acho muito engraçado porque a voz dela aqui é um sonho mesmo. Rindo pra não chorar porque essa letra é meio relacionável. Afinal quem nunca, né? É tudo trabalhado no cansaço depois de várias tentativas que terminam sempre o mesmo jeito: não dando certo.

Eu gosto dos detalhes sutis de como a nota mais alta da música é bem na parte da letra em que a Taeyeon canta que vai construir paredes para não deixar a outra pessoa entrar, e como o instrumental tem essa energia meio liberdade agridoce que combina com a letra sobre alguém que cansou de dar murro em ponta de faca.

Vou dar uma puladinha na sequência de músicas, porque tem duas que posso juntar e falar um pouco mais rapidinho, porque eu sei que ninguém tá aguentando mais.

Se em algum momento eu vou entender porque caralhinhos voadores a SM decidiu enfiar Weekend aqui? Provavelmente não. A música é descaradamente a que mais destoa de todo o álbum e ela saiu em julho do ano passado, então assim... pra que? Ela é tão boa e gostosinha que podia ser só um single, ou até um ep com ela e mais alguma música, ou sei lá. Ai ai, essa SM engraçadinha.

Mas enfim, vamos falar da kinga Weekend, porque que música delícia de boa, né? Ela é toda dreamy e docinha e feliz e retrô. Ai como é boa. O jeitinho que a Taeyeon canta aqui é tããããão bom e gostosinho de ouvir e !! Ai, sem defeitos. O efeito de outro cômodo e então fita sendo trocada já no começo da música dá o caminho nostálgico que o instrumental vai seguir.

A Taeyeon tá linda como uma Barbiezinha, seja no MV, ou no vídeo de performance ou nos stages, e amo essa energia pra ela. Maravilhosa. Toda vez que o refrão entra não tem como não cantar junto aquele when the weekend cooooooooomeeeeeeeees i can do whatever I waaaaaaaaant. Nossa lendinha lançando luz sobre como o proletariado só tem o fim de semana pra lazer.

E eu falei mil vezes sobre o vocal dela, mas aqui além de mandar quase a música toda em tom alto e falsetto, a gata resolveu ser RAPPER. Mandou aquele rap calminho na segunda estrofe inteira, ai como é kinga. E ficou tão bom no conjunto da música. Realmente o único ponto mais ? de Weekend é a SM metendo ela dentro do INVU.

No mais, queria mandar um salve pro WOODZ que fez um cover de Weekend lá no Begin Again. Não erra também o Barbiezinho.

🌙

You Better Not vem antes de Weekend, mas quis juntar ela com Ending Credits, porque elas tem a mesma energia de bop esquecível. Todas as vezes que YBN aparece eu leio o título na voz do Airton, porque a entonação dele dizendo “You Better Not” vive de casa própria na minha cabeça.

Essa aqui tem uma guitarra que tá presente na música toda e fica mais aparente no refrão. E é uma música anos 2000 que com toda certeza tocaria em um filme das gêmeas Olsen, ou em qualquer filme teen daquela década que teria o shot aéreo obrigatório do colégio que a protagonista frequenta. É uma música bem feitinha, o “make me cry, make me smile” do refrão tem potencial chiclete. Mas ela é uma música que... existe, né? Não é ruim, mas ela é crescedora, e isso faz com que ela se perca no meio de tanta música Boa do INVU.

Ending Credits tem a mesma vibe e às vezes eu acho que ela poderia ter sido editada pra ter menos tempo e ser uma Outro. Ela tem uma energia de Outro, de toda forma. E, de novo, não é ruim, é uma música bem feita e bem cantada, e muito bem posicionada no álbum porque tem essa sensação de final. É bom, mas esquecível.

INVU é realmente um dos melhores álbuns do ano. Todas as músicas são de qualidade, até as que são meio pombo, e é muito satisfatório ver como a Taeyeon foi nos levando pra dentro dessa história onde ela experimenta diversos ritmos e sonoridades, indo pra cima e pra baixo com o vocal icônico dela. Bom demais, minha gente. Como serve.

Obrigada a todes que conseguiram chegar até aqui, vocês foram guerreires. Comprem um docinho pra vocês de recompensa. [sai fazendo os dedinhos de i-n-v-u uuuuuuh uuuuuuh].

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